sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Não somos vegan


A alimentação vegan é moralmente a melhor de todas. No entanto, não é o sistema alimentar ideal para o tipo de técnicas que praticamos no Método DeRose, nem para o tipo de energia com que trabalhamos.
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Se você não vai seguir a alimentação preconizada pelo nosso Método, não adianta praticar as técnicas.
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Não quero que os meus instrutores sejam vegans. Não quero que os nossos alunos sejam vegans.
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Mas, se declarei que esse sistema é moralmente o melhor de todos, por que não permitir que nossos praticantes a adotem?
Por várias razões.
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Primeira:
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Nós trabalhamos estimulando a kundaliní, uma energia ígnea sem a qual nossa filosofia não produz os resultados a que se propõe. Para inflamá-la e exacerbá-la, precisamos bombear comburente, que é o oxigênio obtido pelos exercícios respiratórios. Por outro lado, precisamos de uma determinada quantidade e qualidade de gorduras e outros elementos para ser queimados no processo. 
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Há milhares de anos, à base de empirismo, desenvolveu-se um sistema nutricional compatível com os exercícios que fazemos. Ele vem sendo aplicado com sucesso há séculos. Esse sistema, na Índia, chama-se vegetarianismo. Na nomenclatura ocidental é o lacto-vegetarianismo ou o lacto-ovo-vegetarianismo.
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Nós não utilizamos mais esses rótulos porque, no Ocidente, conduzem à confusão. Quando declaramos que somos vegetarianos, sempre tem um desinformado que nos oferece salada ou soja ou, pior ainda, peixe!
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Portanto, não somos vegans e também não nos declaramos vegetarianos. Somos simplesmente “não-carnívoros”. De resto, nossa alimentação é normal. Ou, melhor, paranormal, pois ela é mega saborosa. 
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Segunda:
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Nós ensinamos uma cultura. Não podemos correr o risco de que algum instrutor ou aluno fique fraco ou pálido ou, ainda, doente. Seria um tiro no pé investirmos tanto trabalho, durante tantos anos, para demonstrar que nosso sistema é bom e saudável, mas, depois, termos um comprometimento de imagem só porque um instrutor ou aluno exagerou em dietas heterodoxas e ficou com aparência diferente daquela de saúde, força e beleza que preconizamos. Isso é inaceitável, inadmissível.
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Terceira:
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Esforçamo-nos para que nossos alunos sejam cada vez mais comunicativos, exemplares e integrados no seu meio familiar, social e profissional.
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Não comer carnes de qualquer tipo não prejudica essa integração, pois podemos comer em qualquer restaurante e na casa de qualquer anfitrião. Eu, particularmente, gosto de convidar meus amigos leigos para almoçar em churrascarias, a fim de que percebam o quanto podemos comer em qualquer lugar. E, para evitar estereótipos irritantes, nem me aproximo do buffet de saladas!
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No entanto, não ingerir nenhum lácteo nem ovos, torna essa integração bem mais difícil, às vezes, impossível. Se nossos instrutores ou alunos professarem um sistema de vida que os desajuste ao invés de integrar, que dificulte a vida em vez de facilitar, estaremos indo contra tudo o que o Método DeROSE propõe.
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PODEMOS CONTINUAR USANDO LÁCTEOS E OVOS?
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Todos somos contra os maus-tratos perpetrados pelos (des)humanos para explorar os pobres irmãos de quatro e de duas patas, para industrializar seu leite e seus ovos. Por isso, recomendamos utilizar o mínimo possível de laticínios e de ovos. Mas também por esse motivo, procuramos só utilizar marcas de ovos caipiras orgânicos, as quais garantem que suas galinhas ciscam livremente. Pela mesma razão, buscamos utilizar marcas de leite as quais nos prometem que suas vaquinhas pastam livremente e são bem tratadas. No Brasil, conhecemos apenas a marca Leitíssimo.
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Por outro lado, em toda a história da humanidade, sempre tivemos vacas, ovelhas, cabras, galinhas e outras aves que foram sempre cuidadas como animais domésticos, bem tratados e que até recebiam nomes como “Mimosa”. Na minha infância eu tive uma galinha branca, chamada Odalisca, que me dava todos os dias um ovo. Ela andava solta pela nossa casa e brincava comigo como se fosse um cachorro, quando eu tinha cinco anos de idade.
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Há uns quarenta anos, indústrias de alimentos começaram a tratar os animais como objetos, mantendo-os confinados e cometendo uma série de atrocidades que são do conhecimento de qualquer pessoa de bem. Essa fase já está passando, pois a opinião pública está se mobilizando cada vez mais contra a desumanidade. Já há muitas leis de proteção dos animais e outras mais estão surgindo. Brevemente, voltaremos a contar com um tratamento digno dos bichos.
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Na Índia, por exemplo, a vaca é sagrada. Em uma das minhas muitas viagens àquele país, perguntei porque a vaca era considerada como tal. Um indiano me respondeu: “Ela alimenta nossos filhos com o seu leite. Produz enormes quantidades de esterco que fertiliza os campos. Trabalha para nós a vida toda, puxando o arado que prepara a terra para o plantio. Depois, um dia, morre e, mesmo depois de morta nos ajuda, pois nos dá seu couro, seus ossos, seus chifres. Sim, ela é um animal sagrado, a cuja existência louvamos.”
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A questão não é ficarmos desnutridos ou desajustados socialmente por não consumir laticínios ou ovos. A questão é consumir menos laticínios, menos ovos e escolher bons fornecedores. O simples fato de não comermos carnes de nenhuma espécie já constitui protesto e colaboração suficiente. 
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DeROSE


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